domingo, 29 de novembro de 2009

O vício do "pra sempre"

Todos acreditam no “para sempre”. Em algum momento da vida, mesmo a pessoa mais cética acreditou que alguma coisa duraria eternidade a fora.

Conversando com um amigo numa mesa de bar, ele me contava sobre a namorada. O fio da meada era que ele traia, desdenhava, portava-se indiferente com a tal, mas ela persistia no namoro. Eu ri, disfarçando algum estranhamento com a situação. Tentei ironizar, dizendo que se fosse amiga dela diria para ela se valorizar e não olhar mais na cara dele... Foi mais uma daquelas verdades que se diz em tom de brincadeira do que uma ironia em si.


Ele só queria ouvir ela terminando o namoro.Ela só queria ouvir um "eu te amo".Marina era o nome dela e Arthur era o nome dele.Ele reclamava, entre um gole e outro do seu chope gelado, que as mulheres em geral vivem com esse "pra sempre" na cabeça.Dizia ele saber o decorrer de todas as relações..."tinham inicio, meio e fim, então para que se preocupar se sabia que ia terminar".Tive raiva por ele pensar desse jeito, mas até certo ponto fazia sentido.

A questão é que o “pra sempre” existe sim. Ele ocorre a partir do momento que uma ação se inicia. A eternidade terrena é finita, mas ela acontece quando aproveitamos aquele momento especial.

Meu amigo era um tolo. Todo esse ceticismo e descaso com o amor e os relacionamentos só podiam ser mera defesa pessoal frente à menina que ele gostava. Eu não consegui entender bem o resto da situação porque me ausentei mentalmente daquela conversa. Fiquei pensando sobre o tal assunto do “pra sempre”.Pelo que entendi depois, ele estava querendo ficar com outra menina, contudo tinha medo da reação da Marina caso ele terminasse o namoro. Acho que ele não queria ficar mal com ela (o que acabava sendo uma contradição perto do jeito que ele estava tratando a garota).

Saímos para uma caminhada. O calor do veranico de primavera nos englobava e nem eu nem ele conseguíamos pensar direito. Lembro-me de tê-lo escutado por muito tempo. Ele me parecia agora um pouco idiota ao dizer barbaridades machistas sobre tudo aquilo. Meus conselhos de nada serviriam. Ainda assim continuei fisicamente ao lado dele.

Contudo, ausentei-me novamente em pensamento, para lembrar como achava que minha infância ia durar pra sempre, como achava que meu doce preferido ia continuar na geladeira, como achava que meus pais iam sempre me socorrer, que eu ia sempre ter uma determinada opinião sobre um assunto e de como eu pensava que os momentos eram bastante fixos. Tudo aquilo era rotina. No entanto, o “pra sempre” era muito efêmero, ele passava juntamente com a vida. Passo a passo. Etapa por etapa. Ele sempre mudava. E naquele momento eu acreditei estar vivendo um desses momentos eternos de elucidação.

Até que Arthur me chamou novamente a realidade. Estávamos perto do ponto de ônibus. Seguiríamos em direções opostas. Então como se não suportasse mais guardar para si aquela noticia, ele me revelou que eu era a outra garota que ele se interessava. Foi um momento em que eu fiquei eternamente sem graça. Houve um silencio daqueles constrangedores. E para sempre ele se lembraria da minha honestidade ao dizer que éramos apenas amigos. Vinguei os maus tratos que ele conferia a Marina. Ele levou um susto porque pela primeira vez uma garota não se rendeu aos seus encantos. Apesar de meu amigo, ele não passava de um falso incrédulo porque o pra sempre estava ali.... e ele percebeu.

sábado, 28 de novembro de 2009

O vício da esperança fantasiosa

É incrivel como quando as coisas começam a fluir corretamente, de súbito todas as portas são fechadas na cara da gente.Estou rindo de mim.Acho até que é nervoso.Só não acredito que achei a vida fosse tão fácil e que de primeira tentativa eu teria todos os meus anseios realizados.

Amor, dinheiro, liberdade, maturidade, conhecimento...meus desejos.Pra que fantasiamos tanto?Enchemos o nosso dia-a-dia com uma esperança inocente de que o que mais queremos vai cair do céu nas nossas mãos embrulhado pra presente.As pessoas tem dessas coisas.É uma certa preguiça de lutar, de tomar decisões, de viver...Eu as vezes acho que seria fácil de mais se o mundo não desse voltas e se as coisas simplesmente viessem de "mão beijada" pra gente.Isso tudo pra gente dar valor ao que temos?

Sim.É natureza ao redor.Observar o que acontece no mundo é a maior sabedoria que uma pessoa pode adquirir para aplicar em sua vida.Assim como o sol se esconde nas nuvens, como os leões podem ser selvagens e amorosos ao mesmo tempo, bem como o nosso organismo é perfeito, e como as borboletas esperam semanas pra nascer e vivem apenas dois dias.É tudo uma questão de situação, paciência, perseverança e uma pitada daquela tal esperança fantasiosa.

Viver é algo muito bonito, é uma oportunidade indispensável .Não podemos desistir de nós mesmos.Ainda que as portas se fechem, as janelas se abrirão.Porque a vida é tão complexa, que se fosse tão facil, apenas passar por portas escancaradas não teria a menor graça para o ser humano...e é isso que vale a pena.

Desabafo

Os arcos da Lapa presenciaram uma das piores noites da minha vida.São cinco e meia da manhã,cheguei do centro da cidade, tomei um banho, mas inutilmente o odor de cigarro não sai da minha pele.Queria do fundo do coração que a noite de hoje tivesse sido um pesadelo, um daqueles que você acorda e sente alivio por saber que era só um sonho ruim.

Eu devia ter recusado o convite e prologado mais esse transe.Ao menos esse fim não seria doloroso ao meu ego.Desejei tão intensamente ter sido ludibriada por mais tempo e mantido a minha ilusão só pra me sentir feliz, que nem mesmo o sono e o cansaço me abateram.

Perceber que fui um engano é tão doloroso que pesa o horror em mim mesma por ter me permitido esse estado.Eu insisti e deu no que deu.A culpa foi toda minha.Não fujo disso.Mas me senti uma bossal por achar que era alguém para aquele que me convidou.Eu não existo.Bem meus mestres dizem que eu tenho a alma pura.Acho que eles quiseram dizer que era transparente.

Estava eu com minha paixão quase platônica.E de repente vi que a desvantagem era minha.Ele teve a chance de escolher entre eu e outra.A outra foi escolhida.Mais uma vez eu nessa situação infantil.Tanto quanto na ocasião em que eu tinha onze anos e fui deixada de lado pela primeira vez.

Qual será o prazer em passar pela mesma situação mais de uma vez?Nenhum.Mas eu ainda era a convidada e minha alma ainda era pura.Então, mantive minha cabeça erguida.Contei cada segundo da noite pra poder sumir daquele lugar de sonhos que me amaldiçoou.E pedi perdão.Só pode ser pecado que eu tô pagando.

Sabe eu nunca fui do tipo que se importou muito com as coisas, mas apesar disso, sempre valorizei minha dignidade e meu orgulho.Talvez isso que me faça sofrer mais ainda.É a dúvida entre a razão e a total falta de vergonha do meu ser.Ah!Como eu queria me permitir ser usada mais um pouco.Mas eu sinto que isso seria a pior coisa que eu poderia fazer comigo mesma.

Eu sempre acreditei que nada era por acaso...Então aceitei que eu fui um erro.E concordei comigo mesma que essa noite foi um presente, apesar de tudo:de ser deixada de lado, de ficar sozinha, de me sentir enganada e de tornar-me nesse fim de madrugada o farelo da dignidade humana. Eu agradeço até as coisas ruins, porque afinal elas fazem parte da vida.Tudo que dói, acaba fazendo com que o aprendizado seja mais rapido.E se for pra crescer e aprender, estou aí.

Mais tarde eu vou acordar e tirar forças não sei da onde pra me manter erguida.Estou me sentindo muito mal, não fisiológicamente mas sim mentalmente.Estou confusa e embaralhada.Nos próximos dias, talvez eu escute mais mentiras sinceras e interessantes.Talvez até com fundo de verdade.Com as quais eu não sei mais como lidar.Só sei que o meu perdão foi dado, mas a minha mágoa, força lagrimas nas beiradas dos meus olhos.

Eu não vou me poupar por um tempo.O que me alegra é saber que pelo menos antes disso eu achei que fui digna de ser amada.Mero engano.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Desligando o vício da conformação.

Não sei o que me deu ou mesmo o que está se passando...mas estou deixando de ser tão conformada.Passei anos me sentindo mal por ser tão resignada.Aceitar as coisas com tal compreensão e entendimento que não era normal para uma pessoa dita crítica como eu.Até que um dia amanheci e não consegui me conter em não me conformar com algumas coisas.

Sempre soube que o tempo realmente traria minha inconformação e rebelaria meus ideais todos, de modo que eu não seria mais uma pessoa que abaixaria a cabeça em certas situações.E de fato aconteceu.No entanto, agora que sou uma "inconformada" não consigo deixar de me sentir com nojo de tudo que está errado.

Nojo mesmo.De não querer mas estar perto de injustiças, de presenciar as mesmas pessoas fazendo as mesmas falcatruas, as mesmas malandragens...Quis fugir dessa gente que gosta de tirar vantagem de tudo e todos.Quis ficar longe dessa mesma impunidade que ronda do mais rico ao mais pobre nesse país.Todo mundo quer se dar bem sem medir as consequências causadas no próximo.

O dinheiro sempre vale mais do que o caráter, do que a educação, do que o respeito.Estamos todos nesse mundo e estamos cegos por isso, um pedaço de papel que compra vidas.Não vou dizer que não gosto de dinheiro, mas eu afirmo que ter e usá-lo como algo que te sobreponha a alguém é definitivamente errado.Ninguém é melhor do que ninguém, nem o dinheiro muda isso.

Não consigo me acalmar e essa inquietação me faz querer cometer inconsequências...coisas de inconformada.Não posso sair batendo cabeças por ai só porque acho que o mundo não é justo.Existem muitas maneiras de se conseguir o que quer na vida, e uma delas é não se fechar por um erro ou outro que a gente vê.O grande segredo é fazer vista grossa, deixar passar, ser conformado com 90% das coisas.Os outros 10% que nos sobra para sermos inconformados, a gente pode e deve colocar a boca no trombone, porque as vezes o mundo precisa ouvir umas verdades.

Só que eu ainda não sei porque eu pedi pra me inconformar, agora desliguei um vício e liguei outro.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O vício dos opostos (parte 2-final)

--------------------------------------------------

A vida tem dessas coisas, eu pensei.Sabemos que uma pessoa não serve pra gente aparentemente segundo os padrões de comportamento, mas mesmo assim incontrolavelmente nos ligamos a ela.O que explica isso é a atração e o equilibrio entre opostos.

Somos viciados não por semelhanças e sim por contrastes.Porque afinal se fossemos todos iguais não haveria graça em viver nesse mundo!Assim como os elétrons são atraídos por prótons, bem como o dia e a noite convivem em lados diferentes da terra, assim como existe o bem e o mal, o certo e o errado, a dor e o prazer e uma infinidade de antônimos, a vivência sentimental humana não se insenta de pedir um oposto pra se relacionar.

Se eu estou me referindo ao signo homem e mulher? Não. Estou me referindo a caracteristicas de personalidade.Estou falando em atração universal.E eu acredito nisso.Acredito que quando pessoas se apaixonam, se gostam ou se afinam harmonicamente e se relacionam não tem nada a ver com genero,idade, raça ou religião.Tem a ver com energia, com força, com atração mesmo, é menos complexo do que ferormonios do nosso corpo se entrelaçando com os de outra pessoa... é simplesmente atração.

Além disso, não sei se você já notou, mas todos os opostos precisam se completar, conviver e partilhar de seus atributos.Sabe aquelas histórias de que "em toda mentira tem um pingo de verdade" ou "que a dor esconde uma pontinha de prazer" ou mesmo "que amor e ódio andam juntos"?
-Está ai a chave do equilibrio.Um não sobrevive sem o outro.E não há pureza concreta nesse mundo, sempre estaremos contaminados para manter um equilibrio de atração universal.

Por isso achei bonito ver aquele casal se encontrar e, apesar da resistência dos "olhos verdes", se unirem em equilibrio.Dias depois, os vi na mesma praça.Pareciam mais entrosados naquela tarde.Os olhos verdes com a luz do sol estavam azuis- tinham se modificado assim como a opinião do dono.
Imaginei longe da minha visão, o que eles teriam conversado e como um havia tocado o outro de maneira tão gentil a convencer ambos que mesmo opostos eles formavam um casal e tanto.

Também não pude deixar de considerar que a alta probabilidade da relação deles dar errado.A duração poderia ser curta, mas seria intensa.Mesmo assim, não me importei e confiei mais ainda na postura da menina: ela era paciente, não era chata e nem um pouco obsessiva com seu par.Ele talvez fosse um conquistador barato e sacana, mas dei-lhe crédito também, afinal esses tipos também se apaixonam alguma vez na vida.

Eles não eram perfeitos um para o outro, mas se encaixavam como peças perdidas de quebra-cabeças diferentes.E isso me confortou.Como que se fosse uma confirmação da minha certeza de que esse vício universal não precisasse ser desligado.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O vício dos opostos (parte 1)


Houve um dia em que testemunhei dois opostos se atrairem.Observei-os atentamente.Notei que a atração é mais do que uma lei de união, é mais que complexa, é um instinto avassalador do ser humano.É verdade que toda lei tem excessões, mas este não foi o caso.

Estava eu , sentada solitariamente em um banco desses de praça, vendo a vida passar desinteressante quando reparei em duas pessoas conversando. Uma tinha os olhos verdes mais cintilantes que já havia visto.A outra tinha olhos escuros como a profundidade de um lago.Engraçado.Eram os tipos mais esquisitos que já haviam passado por ali naquela noite.Mais uma vez estava atraida pela ideia de observar.Só que dessa vez não tão emocionalmente ligada a história do casal.

Os olhos verdes e os castanhos se cruzaram a distância.Olhei mais um pouco, estavam razoavelmente longe. Os castanhos com gestos mais que estranhos, aproximaram-se antecipadamente, puxaram conversa e levaram um fora.Insistiram.A conversa prosseguia groceiramente.Havia resistência nos olhos verdes.Fui para mais perto e consegui ver abrandamento nas falas.Fiquei feliz pelo avanço.Talvez para os olhos castanhos não bastasse serem gentis, eles teriam que insistir mais na conversa.

Assim fizeram, e conseguiram um sorriso dos companheiros verdes.Estes últimos,tinham o dono com pele alva e expressão de quem não prestava.Eu ri internamente.Pensei que tinha algo estranho porque senti que não havia como controlar o interesse que os olhos castanhos mostravam, pareciam com vontade de se aproximar daquele ser mal encarado, cujo sorriso cretino, olhos verdes penetrantes e postura groceira eram evidentes .

O interessante foi a educação dos castanhos.Paciente, os olhos de lagoa mantiveram a serenidade de uma brisa e em pouco tempo conseguiram mais progresso.A resistência foi quebrada.Os olhos verdes não tinham escrúpulos e continuavam opostamente groceiros.Se contrapunham, mas irresistivelmente se beijaram.Era desconcertante.Foi rápido.A conversa continuava difícil.Mas via-se a felicidade dos olhos castanhos e um inicio de interesse dos olhos verdes.Tomei ciência de que não eram conhecidos.Beijaram se mais.Era intenso, mas o tempo era curto e a escuridão terminava.

Os amigos puxaram os olhos castanhos, era hora de ir.Eles satisfizeram a menina com uma troca de telefones e partiram, tirando dos olhos verdes a oportunidade de ser ridiculamente mais gentil com aquela menina educada que lhe foi muito instigante naquele momento.

Ela mostrava-se feliz e não se importava com o descaso, ele mostrava-se aborrecido e um tanto irredutível, mas parte disso deixou para trás depois do primeiro beijo.

-------------------------------------------------------------------------

domingo, 25 de outubro de 2009

Agradecimentos do Ego

"Caro Alter-ego,

Não poderia ser mais esclarecedora a sua resposta.Sua percepção é incrível, fico feliz por ter essa racionalidade escondida em mim.
Segui os seus conselhos e não foi outro o resultado se não positivo.Aguardo pacientemente o tempo curar os danos da minha paixão inventada e já me sinto livre.Precisei repensar por várias vezes a questão que você me deixou sobre se realmente seria feliz se tivesse sido aceito.

Minha conclusão foi: não.Não seria feliz, só pelo sentimento estranho que tive durante o encontro poderia perceber isto mas não o considerei para mais uma vez quebrar uma barreira em mim, o preconceito.Jamais poderia afirmar uma coisa ruim sobre alguém que não conhecia, e assim quis acreditar que o estranhamento era nada mais nada menos do que minha insegurança.
Ah meu amigo!Como fui cego ao acreditar em mim.Perdi a luz da sua razão e me esqueci de que com tamanha facilidade poderia criar uma mentira, acreditar nela e me sentir mal depois.
O que me valeu dessa experiência foram as melhoras e o amadurecimento. Espero futuramente não ter mais problemas com platonicidade em relacionamentos.Agradeço imensamente sua lucidez e brandura para esclarecer esse momento de treva na minha mente e a desligar mais esse vício.Prometo cuidar mais do meu lado sentimental e prazerosamente fazer de mim um ser tão intenso quanto eu idealizei na superioridade da minha mentira.

Sem mais,

Ego.

Carta-Resposta

"Caro Ego,

Tentei analisar de maneira mais profunda e imparcial possível o seu problema.Minha conclusão é que, de fato, você está usando essa "pessoa" para distrair-se da falta de cuidados com seu lado sentimental.
Como seu alter-ego, estou a par do que pensas e bem sabes que é tua a insistência para que essa distração não se dissipe.Para ser brando e amigável, aconselho que deixe o tempo passar, sei que tens consciência de que o tempo é a cura desses momentos insanos e dolorosos da sua mente, mas o essencial é a paciência para que ele possa agir.
Quanto a influência positiva exercida sobre você, digo-lhe com veemência que foi tua própria vontade de mudar.Como mal conhecera a pessoa, deduziu qualidades que gostaria de ter em si e aplicou-as como um exemplo de superioridade.Absorvidas as melhoras, os resultados inevitavelmente viriam e com eles você amadureceu. Seu deslumbramento foi tanto que atribuiu ao seu ícone passional.
Não sei se fica claro, caro companheiro, mas o que te entorpeceu foi a rejeição.Recebeste-a como uma negação aos teus caprichos, pense sinceramente: se tivesse sido aceito e se relacionado, terias mesmo sido tão feliz quanto és agora consigo?Tudo que aconteceu foi feito por você, a verdade é esta.Assuma-a.Aceite-a.E acima de tudo, aproveite os resultados.Todas as renovações que você instalou a ti, servem-te como atrativo para uma verdadeira ligação amorosa.Aguarde e amadureça, somente quando estiver pronto poderá encarar alguma pessoa na sua vida como paixão.Este é meu conselho, siga-o e será feliz, porque aqui quem vos fala é teu coração.

Sinceramente,

Alter-ego"

domingo, 4 de outubro de 2009

Carta ao Alter-ego

"Como uma pessoa pode te influenciar positivamente?"

Caro alter-ego,

Eu conheci uma pessoa superficialmente há alguns meses atrás.Não tive maiores contatos posteriormente, mas tenho serias dúvidas e acho que me apaixonei por essa pessoa.
É dificil explicar toda a minha história.Para ser sintética eu fui rejeitada porque não consegui ser eu mesma tamanha era a minha insegurança.Me sinto até hoje impotente por não ter conseguido cativar uma pessoa tão instigante como aquela.
Incrivelmente, após a rejeição, tudo que coloquei em prática na minha vida pensei antes como seria se aquela pessoa o fizesse.A partir daí as coisas começaram a tomar melhor rendimento em minhas mãos: comecei a obter bons resultados e atrair mais pessoas ao meu redor.Sem contar o número de coisas que aprendi e as novidades culturais, tudo para tentar me aproximar em um nivel mental e espiritual.Tamanha a influência em minha vida me faz morrer de tristeza por não ter conseguido sequer atrair essa pessoa no mínimo para meu convívio.
Pensei profundamente sobre o assunto e cogitei a hipótese de estar apaixonada pelo estilo de vida daquela pessoa.A razão só poderia ser esta, pois afinal que tipo de ser humano se apaixona assim sem nenhum contato maior? Só conversamos algumas vezes e nos encontramos uma, e pessoalmente eu me senti péssima durante o encontro.Tentei encontrar outras razões e fico me forçando a acreditar nesta.Mas se do final do carnaval,quando tudo aconteceu, até agora em outubro eu não esqueci esse ser, como posso chamar isso?Obsessão?
Estou presa...ninguém parece ser tão atrativo quanto essa paixão platônica e atormentada que eu venho mantendo por este fantasma que nunca realmente se materializou em minha vida.
Não me aproximo mais porque temo maior sofrimento, meu amor está em outro relacionamento.E por mais infeliz que eu esteja no campo sentimental, jamais seria capaz de interferir na felicidade do casal, principalmente na felicidade pessoa que eu digo amar.
Contudo a grande questão é: como se livrar de uma pessoa que te influencia tão positivamente mas que ao mesmo tempo te prende a um sonho de um amor que nunca existiu?
Eu devo esperar? Acho que se tivesse a encontrado em um momento diferente da minha vida nossa história seria diferente.Eu poderia dar toda a atenção necessaria se eu fosse independente e mais velha!
Mas que tormento estar apenas começando a minha vida...se tivesse 25 anos, tivesse um emprego, fosse bem sucedida e dona de mim as coisas estariam correndo ao meu favor!
O que devo fazer?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Caos

Em tempos de gripe suína, crise mundial, Sarney sendo desmascarado e aquecimento global, a gente acha um sentido um pouco caótico para a humanidade.

Eventualmente quando a gente pára a nossa correria para ver as noticias, a gente não junta todos os pedaços de tudo que se passa no mundo, mas definitivamente os acontecimentos de 2009 são bastante incomuns aos olhos mesmo daqueles mais desligados.Quando digo isso me refiro a maneira forte e descontrolada com que as coisas vem acontecendo.Vamos reparar bem a cena em que vivemos, e eu juro se eu soubesse desenhar ou pintar eu ilustraria o que eu enxergo do mundo neste momento.

Em destaque do cenário pintaria a gripe suína se auto-afirmando como pandemia.Nem se fala na paranóia que isso tá gerando.As pessoas estão realmente com medo, mais medo do que teriam de comer um açaí contaminado com barbeiros triturados ou do mosquito da dengue assassino dos verões.Um súbito de desfoco de informação.Os jornais não dizem que por dia milhares de pessoas morrem por outras doenças ou razões, a estrela é a nova gripe.E as pessoas simplesmente se apavoram e são induzidas inegavelmente a se expor nos atendimentos de saúde e ganham como brinde o que mais temiam ao buscar ajuda, uma morte súbita. "Eles" tentaram abafar, controlar,mas não se pode quando a doença começa de fato a se espalhar.Ao meu ver, essa é mais uma resposta da natureza para o nosso desenvolvimento, mais um mecanismo de seleção natural.

No alto da tela desenharia os aviões que não param de cair, bater, escorregar, ter turbulência, chocar-se com prédios e outros destinos tão comuns quanto embarque e desembarque.Péssimo.

Ao lado esquerdo colocaria uma charge de Sarney, um fantasma dos anos 80, que como se já não bastasse ter ferrado com a economia naquela epóca e roubado tanto quanto poderia caber nos paraísos fiscais da Europa, resolveu aparecer de novo com vários escandalos.Pelo menos ele mostra um mínimo de convicção em insistir em ficar na presidência do senado, uma vez que se deixasse o cargo, estaria confirmando que tem caroço no angu dele.Notável, mas nojento. Talvez ele pudesse me arrumar um emprego lá em Brasilia,to precisando sabe, só que seria possível unicamente se eu estivesse de alguma forma ligada a familia dele...

Bem no centro colocaria as florestas espanholas e californianas pegando fogo.Parece que as coisas tão quentes lá pro Norte do globo.Nem comento, também de tempestades,vulcões e terremotos em outros pontos .Isso dá uma visão mais apocalíptica ao momento.

Finalmente no lado direito, colocaria Bill Clinton salvando as jornalistas abusadas que foram pagar mico na China e Coréia do Norte.E Obama e Lula querendo nos fazer acreditar que a crise economica já passou, quando nos lugares mais amáveis da Terra, as pessoas cada dia tem menos empregos e enquanto os preços de certas coisas ficam magnificamente altos e as fábricas mais influentes do mundo acabam falindo de súbito.Me poupem.

Nem a morte do Michael Jackson e as declarações convencidas e abusadas de Romário devem ser desconsideradas no processo caótico.Eu sei que as coisas caminham de uma forma em que está realmente assustador viver hoje em dia.Sorte pra vocês.Acho que a gente vai precisar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sobre uma garota dessas aí e segredos

Fiquei um tempão pensando que assunto eu usaria para prosseguir, até que pensei em contar de mim antes de começar a escrever sobre qualquer outra coisa. Uma estratégia do tipo "comentar do clima quando não se tem assunto".Por falar nisso, tá uma friáca hoje!

Rio Grande do Sul,Rio Grande do Sul,Rio Grande do Sul
(rs, rs ,rs)

Pra início de conversa, se é pra falar de mim ... devemos considerar que eu sou chata e doida.E tenho um monte de manias. Já viram aqueles "novos velhos"? Sou tipo assim.Gosto mesmo é de ficar em casa,de estar só, de programas simples, de resmungar, de me ocupar de coisas intelectuais e mais fechadas, de jornais, baralhos e jogo de damas, e de ter apego certos tipos de lembranças literalmente como um desses velhos teimosos .

Se bem, que eu também tenho aquele espírito "adolescente sem noção", sabe?Aquele aventureiro, desinibido e sem medo.Na minha opinião, a gente tem medo de tudo.Ihh... coisa chata!A vida tá ai pra viver.E outra, não suporto andar em bandos, pra que perder tempo com um grupo restrito de pessoas se eu posso estar com todos os tipos de seres ao mesmo tempo...e se é pra fazer merda eu faço sozinha.Sim, eu me jogo, sem medo de que quando cair eu me machuque - embora eu tenha pavor de sentir dor.
Também acho valido dar crédito aos desconhecidos, pois assim, quem sabe eles viram conhecidos...e quanto mais conhecidos, melhor- ou pior também porque às vezes eu sou um pouco antisocial e ser conhecido de muita gente acarreta um monte de indivíduos atrás da gente rasgando as nossas sacolinhas da paciência.

Ai você pensa: " Mas que pessoinha mais misturada essa Scotish Doll!"

Bem não sou tão assim.
Em alguns aspectos qualquer coisa me agrada.
Mas a dica é: não tente me entender, apenas me siga!

Eu sou uma pessoa comum, com pensamentos incomuns e muitas ideias loucas.Posso dizer que acredito em conspirações, às vezes duvido da existência divina, constantemente perco meu tempo dando atenção à coisas sem o menor conteúdo, costumo gostar das coisas adversas aos gostos comuns, às vezes eu tenho uns ataques de hiperatividade e outras vezes parece que me tiraram da tomada, odeio minha forma conformada de aceitar certas coisas na minha vida e provavelmente não sou lá má pessoa.

Mais uma coisa que eu estou intimamente relacionada durante todo meu existir são segredos.
Sim. Talvez você tenha os seus, ou até mesmo guarda o segredo de alguém.E eu também.
Até bem pouco tempo atrás eu não sabia de verdadeiros segredos.Sabia umas futilidades que se contadas não iam mudar a vida de ninguém.Passado esse tempo, fiquei mais amadurecida e descobri que eu era uma boa ouvinte. Foi o suficiente para que as pessoas decidissem me contar coisas.Coisas absurdas sobre suas vidas.Eu passei a confidenciá-las para que não houvesse problemas posteriores.Assim comecei a saber das mais profundas e deliciosas fofocas das pessoas.

Se vou contá-las? Talvez, quando não tiverem mais relevância.

Da minha parte?É.Tenho segredos que as pessoas caíriam para saber e que se souberem tombariam mais ainda.Mas como eu disse, não sou má pessoa.Deixo pistas sutis do que não deve ser revelado. Os passos as vezes são gritantes. Se os outros desconfiam?Não faço a menor ideia.Apenas sei que ninguém alcançou uma resposta sobre meu segredo. Sei ainda que esse silêncio forçado pesa em um certo momento, e a língua coça para espalhar, mas se não fossem perigosos não seriam segredos.Algumas vezes sinto que as coisas seriam bem mais lucrativas se eu difundisse os infortúnios secretos, meus e dos outros.Outras vezes penso que é melhor deixá-los em paz, porque tudo que é guardado tão árduamente das duas uma: ou é muito bom ou é péssimamente mau .

E você? Guarda seus segredos, suas manias, seus medos?Ou expõe tudo?
Ninguém expõe tudo.
E sempre haverão pessoas com suas devidas personalidades, e sempre haverão segredos com seus indicados níveis de segurança e de relevancia também.

domingo, 5 de julho de 2009

Explicação

Desligar vícios? Isso existe? Que tipos de vício ?

Bem, pra começar, claro que eu tive problemas para inventar o nome pro blog...
Pensei nas coisas que eu queria escrever e os motivos pelo qual quis começar essa jornada.Quis falar sobre minhas irritações e de como elas me afetavam,da minha vida, das minhas paranóias e assim por diante.
Notei, que o que me chateia, o que desestabiliza tudo que gira em torno do que eu vivo tinha a ver com dois vícios comuns da humanidade: Engrandecer os problemas e negar-se a lutar contra eles.

Todo o medo e retração conhecidos por nós em cada etapa diferenciada da vida estão presentes da mesma forma. Na prática, os atores e cenário mudam, a cena não. E estamos sempre criando essas situações onde ele, o vício, entra em cena para dificultar mais ainda a nossa transposição pelo momento em questão.

Assim me encontrava há poucas horas atrás, presa por um questionamento, até ter essa percepção, e talvez me encontre algemada novamente à outra idagação daqui à mais um curto espaço de tempo.
Então surgiu na minha mente a ideia de simplesmente desligar esses vícios, pelo menos por um momento.De fato, situar, para enfim seguir o caminho que possui todas as respostas para os problemas que estamos vivenciando.

Desligando esse interruptor, essa tomada ou enfim qualquer chave, acabamos com as dúvidas frequentes que na realidade não passam de um desconcerto diante de nossa própria capacidade.

Sim,somos capazes e duvidamos de nós mesmos.Isso nos intriga.E ao final também nos prende as situações.

E em busca da liberdade e das respostas minhas e também suas, quero desligar o vício de temer o cotidiano.Mesmo que somente por meia dúzia de letras escritas, umas baboseiras, uns surtos meus... será o suficiente para desatar o nó mental em que estivermos presos.

Portanto, seguirão aqui, posts em que eu quero desligar o vício e não mais relutar sobre a capacidade humana de seguir em frente.