sábado, 26 de novembro de 2011
Namoradeira.
Já passamos por isso antes.
Desta vez não é uma questão de intimidamento.É uma incerteza.Fiz a coisa certa ou não?
Fiz! Tenho certeza que sim!
Será que você me receberia novamente de bom grado na sua paisagem? Sem pré-julgamentos?
Não tenho tanta certeza assim.
domingo, 13 de novembro de 2011
Esse é o limite que me separa de você.
Eu e minha boca grande, que transborda essa carência, que conta aos outros com muito peso, meu duro sabor desmedido com relação aos sentimentos. Falo de mais, nas horas erradas e me entrego. Enforco-me no discurso. Não por me faltarem palavras. Mas por erroneamente usá-las e, deste modo, me estabanar com seus significados.
Eu descobri que as únicas vezes que eu amei de verdade na vida, não se tratou de um amor sexual. Eu não conheço propriamente esse amor, não o domino. Quando eu digo que amo, amaria como amo um irmão, um bebê ou a minha própria mãe.
Aí eu volto a minha lacuna. O amor é minha lacuna. Porque ainda não consegui completá-lo, ainda me faltam razões suficientes para nele acreditar e torná-lo real. Acho que esta é a parte em que você me supera.
Esse é o limite que me separa de você.
sábado, 10 de setembro de 2011
síntese
Abro aqui um vicio recorrente, e talvez fonte maior de inspiração para eu estar aqui e agora: racionalizar e sintetizar as coisas.
No entanto, até o mais parvo dos homens sabe que nem tudo pode ser descrito e compreendido.Mas vamos a mais uma tentativa, e desta vez dentro de mais uma das minhas experiências.
Estamos aqui para tentar explicar o encontro das pessoas, e como elas absorvem e interpretam estímulos dentro das relações. Soa como um bom tema de pesquisa...
A teoria é basicamente que, cada encontro - interpessoal- gera um estimulo que é recebido por ambas as pessoas e assim, interpretado, deglutido e digerido. Uma informação, como outra qualquer. Mas quando se trata de uma relação- não há equilíbrios nessa percepção. Então, vamos visualizar isso como a infante brincadeira de cabo-de-guerra: a corda arrebenta pro lado mais fraco.
Sem querer parecer desacreditada nas relações, alerto para não generalizar, mas o fato é este.
Ou você cai sozinho ou te derrubam.
Mas se você fica no chão ou se levanta nessa relação, é uma escolha somente sua.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Permanece
Trouble 1
Eles teceram uma teia para mim"
Black bird
Não acreditar em nada, em nenhuma promessa, nem na mais provável...Parece, que a ferida é mais profunda do que eu pensava.É daquelas que te faz ter medo das pessoas e de tudo que elas te oferecem.
Faz sentido.Faz sentido estar ferido e ter medo de recomeçar, medo de confiar.Mas, por favor, não deixe todas as oportunidades passarem.
"Pássaro Negro cantando no silêncio da noite
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Saber usar...
Pensei que nem sempre estamos prontos para recebê-las.As vezes, nem é por falta de merecimento.É sobre como administrar tudo, como tratar bem e fazê-las propriamente boas.
Pra ser feliz é necessário saber ser feliz. Pra amar é necessário saber amar. E assim por diante...
Não adianta ter o que queremos e não sabermos usar...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Sobre baús e tesouros
Desconfiei da minha letra...Essa menina mais nova, sabe mais do que eu.
Construir e desconstruir.
Dois segundos depois, estou no meio de uma conversa boa.Sabe quando você acha uma coisinha bonita no meio da areia da praia?
Era improvável. Era dificil. Você não tinha pistas.
Eu achei.Tenho um tesouro.
A parte boa é não ter medo de tê-lo. Acho que foi assim que eu descobri.
A gente se constrói, se prepara, somos um baú, ai vem um tesouro e a gente pode guardar.
sábado, 20 de agosto de 2011
Confusão
Mesmo agora quando passo estas palavras para fora, há um comedimento desnecessário.
Caro leitor, não tenho dinheiro nem saco para um analista. Me salvo aqui mesmo. Depois desse texto vou estar alguns passos adiante de uma consciência mais limpa.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Censura
A maior censura é a nossa. Tenho muito prazer em escrever. Muitas coisas a falar. Sofro um boicote interno. Não quero estender ou encadear muito isto. Para que menos sentido se faça. Sabe quando você se priva? Sofre então um corte de idéias. Prefere não tê-las.
Seja porque acho que o assunto não condiz com o blog. Ou porque acho que é algo tão intimo que quero manter nos confins da minha alma.Recuso a soltar as palavras.
Tem muita sujeira na questão da censura. Porque, na verdade, não somos criteriosos. Tudo é uma questão de contexto. O texto em si pouco nos interessa. O que hoje é tabu, em pouco tempo não será mais. E por isso a censura se desfaz? Não.
Se eu posso te contar tudo em uma conversa. Acho que aqui não contarei nem metade.Ai vem as crônicas personalizadas. Adaptadas. Mas com a correria nem sei criar um personagem para mim. Reinventar. Gay. Fetiche. Ordem. Desejo. Dinheiro. Amor. Tempo. Orgulho. Preconceito. Paz. Guerra. Intolerância. Cotidiano. Humano. Força. Continuidade. Sonhos. Esperança. Vida. Favoritismo. Trabalho. Qualidade.Papel. Arvore. Bixinho. Lixo.
Quem é quem? O que é o que?
Censura não te deixa terminar a frase.Não te deixa responder. Malditos costumes. Malditos censores. Maldita eu, tortura e ditadura de mim.
domingo, 27 de março de 2011
!?
E chega o outono!
E as pálpebras, vão caindo?
A paleta de cores em breve se tornará cinzenta!
Mas não deixo de ser feliz?
Tenho um rascunho do qual me orgulho!
Um pouco de entusiasmo?
O cansaço!
Há luta enferma?
Já sei para onde ir!
Devo enfrentar?
Devo sorrir!
Que tarefa árdua, quando se tem dor!
Afinal, diga que caminho da vida não tem espinhos?
domingo, 20 de março de 2011
Binóculos
fora de alcance
Existe um silêncio que eu não consigo preencher.
Existe você.
Existe uma sede que não conseguimos deter.
Um líquido, um sangue em nossas veias.
Nossa batida,
colisão ou coração?
Existe algo que não me deixa ver.
Um lugar comum que eu quis chegar
"Ela não quer se mostrar."
Não seja assim, por favor, olhe pra mim...
Diz que não está me afastando,
que rir é certo, que me quer por perto
diz! Somos amigos ou estranhos?
bilhete póstumo de quem ainda está vivo
quero dizer que os sinto.E que desde o momento da partida existe algo em mim pelo qual eu sinto um desejo.
Desejo, este, que não sei se quero libertar ou reprimir até sua total supressão.Eis aqui uma duvida de vida, ou de falta de vida que existe em mim.
A saudade de "ser" é algo que nos impede de nos tornarmos mais reais.Quanto menos verossiímeis somos, ninguém nos acredita e tão pouco desacredita. Não existimos, portanto.
Não existir, não ser, não destinar e fazer sublime o desejo, amigos, é mais do que triste.É vazio."
Retorno
Curtam a sequencia!
sábado, 5 de março de 2011
Não que eu precise ser puxada, mas cansei de puxar os outros.Puxar pra fora da lama, puxar do abismo, salvar. Não sou jesuita, não sou a Madre Teresa, não sou assistente social.Não leve a mal.Quero alguém pra dividir e não pra ensinar."
quinta-feira, 3 de março de 2011
contatos
E quando todos os passos descoordenados aplacados pelo asfalto em algum momento se encontram, de repente vejo o quanto somos perceptíveis e abertos a contatos.
O Rio de Janeiro respira intimidade entre os desconhecidos, gente simples que tem muito a compartilhar. E compartilha, seja na fila, seja no ponto de ônibus, seja no dentista, no elevador. Não me imagino mais sem falar com as pessoas, mesmo porque não sei mais viver sem elas. Não sei mais viver sem a multidão, sem ver gente. E aplaudo quem é sincero e humilde e dá abertura para uma prosa furada, sem grandes intenções, um papinho senso comum não faz mal à ninguém.E quando se compartilham lembranças e experiências?
É um valor quase inestimável fazer uma pessoa se lembrar quem ela é, e porque ou por quem ela vive. O povão quase não tem mais tempo pra pensar nisso, e quando é inquirido se põe a pensar e ai se lembra de como gosta do filho, recorda o jeito que agia há alguns anos, reclama do que lhe põe insatisfeito.
Não é pecado nenhum fofocar sobre alguma pessoa da mídia, não faz mal comentar uma matéria de jornal.Encontrar gente e se manter aberto a todo o tipo que se esbarrar é uma maneira saudável de se conhecer também, afinal temos um pouco de tudo dentro de nós.
Um contato humano, um calor.Um desejo em um simples esbarrão no semáforo. Um reencontro de si nas outras pessoas.Extroversão, identificação e aproximação. Sem cerimônias para dizer um ‘oi’. Assim a cidade constrói não só prédios como também relações.A cidade vive e eu vivo por causa da cidade.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Oh you look so beautiful, tonight!
Pode parecer desinteressante agora, mas os videos dessa semana fazem muito sentido pelo momento de escolha pessoal.
Estou desligando o vicio doloroso da teimosia e insistencia em algo sem sentido.E ligando um novo momento em que mais valoroso do que conquistar, é ser conquistada.
Já pararam pra pensar nisso? Ao inves de tocar, ser tocado? Deixar que as pessoas cheguem. Deixar que as coisas aconteçam ao inves de forçá-las a acontecer.Vamos ser agentes sofredores da ação.
"Quanto mais eu ando, menos eu sei."
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Que bom...
"Hoje é o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto e
que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem,
mas eu nunca me esqueço.
Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se eu aprendo alguma coisa
nessa parte do caminho."
Efemera - Tulipa Ruiz
Acho que é mais do que trilha, pra dizer que um colo,um beijo, um carinho são efemeros...Mas que bom, que bom mesmo que eu os tive.Que bom que você estava lá.Que bom que você foi me encontrar, que me esperou e que me ouviu.
Que bom que existem outras pessoas, outros sentimentos, outros momentos, que bom que o pôr-do-sol a gente não viu. Que bom que à noite a brisa é fresca, que a pedra estava lá e que a gente usufruiu.
Que bom que as coisas passam, mas que a lembrança permanece.Que bom que ficou intacto, que a gente vive num quadro, que não ficou decepção. Que bom que 'a gente' existiu e que sentimos a maresia do Arpoador.Que bom.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Escher
Andei sozinha na galeria. Pensei o quanto as coisas estavam fora de acordo. No quão eu estive errada por todo esse tempo, sobre os mal-entendidos da vida, sobre os relacionamentos, sobre as pessoas, sobre o amor... A arte me mostrava muitas respostas e fiquei até satisfeita em saber que aquilo me afetava, que eu era sensível ao estimulo que outrora não passava de um quadro ou de uma instalação. Uma reconstrução do mundo. Uma nova organização. Novas visões.
Uma realidade impossível (ou possível dentro de uma perspectiva diferente?). Um envolto aonde as coisas se misturam e você não tem mais certeza sobre o que é o que. E durante a repetição indefinida a gente acaba se perdendo na transgressora falta de limites entre uma coisa e outra: um painel de anjos e demônios. Como seria possível que nos pedissem algum discernimento nessa vida, quando esse mundo e os sentidos de estar nele são tão confusos e tão misturados a tantas outras coisas? Não existe pureza absoluta nas respostas. Era esperar muito de meros mortais.
Então, os espelhos e jogos ópticos me tiraram da solidão. Eu estava em minha companhia, estava aprendendo a viver comigo, começando a me firmar, sem apoios, sem esteios. Eu não preciso tanto dessa ajuda, mas quero!Desejo que possam vir ao meu auxilio e... No entanto, ninguém vem. Apenas o meu reflexo. Não é decepcionante, pois com alguma experiência aprendi que em mim não há uma gravidade demasiada que não sejam os defeitos mais comuns. Desta vez é o mundo apresenta alguma surdez aos meus gritos.
As imagens, algumas tão bem delineadas,tão palpáveis. A textura, cor. O trabalho. Tudo ali soava como um ponto em comum da maneira como eu me sentia. Não como uma natureza morta, e sim como um painel sem grandes delimitações. E vi que era bom, apesar de ser solitário.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Carta do Amarantes
Meu amor,
Hoje descobri que não tenho nada a oferecer a ti. Estive repensando a minha insignificância neste universo e notei que minha presença sequer pode mudar o seu dia. As pessoas mais desinteressantes me vêem com alguma graça, o que me denota alguma falta de talento meu, mas que não é relevante até então.
Não conheço nada da Bahia, não sei tirar fotos, não sei falar francês, não sei dirigir, não sei cantar bem, não tenho dinheiro, não sei explicar com clareza sobre as coisas do mundo que você já sabe muito antes de mim.
Desconfio da minha falta de luxo e de qualidades por conta da pouca idade, mesmo assim insisto em achar que aos trinta vou ser tão sem indulto quanto sou hoje. Nem sei se posso te encontrar um dia na rua e dizer com todas as letras o que digo aqui, mas espero que o que eu contar sobre mim tenha algum valor em seu julgamento.
Sobre mim, posso dizer que tenho olhos vivos e curiosos, tenho o humor de uma criança e as vezes sou tão tímido quanto uma. Sei sobre átomos e tenho uma noção de física, penso que talvez a ciência me ajude a entender essa vida tanto quanto poesias e a história dos dinossauros. Sou ambicioso e almejo crescer na vida, embora não tenha chegado aos 1,60m de altura. Tenho uma fonte de alegria quase inesgotável e sofro de hiperatividade, em alguns momentos isso pode ser um desconcerto irritante, até eu concordo com isso. Tenho déficit de atenção, então, por favor, não me leve a mal se alguma vez eu perder o foco durante a conversa. Ao menos podes contar com a minha indiscutível boa memória, assim nunca irá decepcionar-se em datas importantes.É bem verdade que minha vida pessoal é mais parada do que uma estátua viva.Apenas sei que tenho uma família, um lugar pra onde voltar, mas tudo anda mais inerte e solitário do que nunca...
De qualquer modo, não possuo nada palpável. Nenhum vestígio que possa insinuar um futuro entre nós. Tenho-lhe admiração, entretanto, não me sinto bom o suficiente para a tarefa de te fazer feliz. Pode parecer moribundo de minha parte afirmar isso, no entanto, pense comigo: você não pode trocar o que já conquistou por algo que não tem garantia alguma. Então deixo assim, claro que me interesso com todo gosto por sua pessoa, mas me sinto inseguro e inapto para me intrometer na sua vida. Espero sinceramente, que esse quadro mude nos próximos anos para que assim eu possa ter um envolvimento com você. Por hora, deixarei que minha sempre saudável imaginação tome conta de todo resto.
Sem mais,
Amarantes de Tudor
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Dobre os joelhos: humildade
"Você jamais vai conseguir ver a realidade com seus olhos sujos, cheios de julgamentos ao seu próprio favor.Você sempre vai ser a vitima, você vai estar sempre certa."
Depois de um certo tempo entendi.Eis que não posso arrancar meus olhos defeituosos, mas posso ser humilde e pedir a sua opinião, sua ajuda, seus olhos.
Por que será que a gente demora a ver que tá fazendo tudo errado? Porque a gente não quer pedir ajuda a ninguém.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Vicio da regressão
Uma mesa de chá flutuante. Duas cadeiras na mesma altura. Biscoitos, torradas, cream cheese, aveia, mel...
Sentadas, eu e minha consciência conversávamos no fim da noite. Estávamos ambas, abismadas sobre falta da malicia costumeira. Uma espécie de pureza nos rondava e por isso era como se a perspectiva de vida tivesse regredido uns quinze anos.
O olhar sexual estava desinteressado, a paciência e esperança restauradas, a iniciativa era amistosa e compreensiva, o desejo era involuntariamente puro. Era como se eu tivesse agindo e tratando de todos os meus assuntos, com a opção de resolvê-los com a mesma calma de quando tinha quatro anos: querendo ser amiga, demonstrando carinho, satisfação, sem grandes anseios sobre as pessoas, com um aspecto brincalhão, compartilhando informações coloridas, escutando o som e o timbre da voz, dizendo sem jeito, um pouco canastrona, desavergonhada, sem maldade, indiscutivelmente infantil maneira de se comportar.
Acho que tá ai um segredo pra se sentir bem, pra tirar a culpa da desconfiança e ferocidade do mundo adulto. Uma semana sem esse comportamento impessoal, sem essas cerimônias, sem esses julgamentos, sem a malevolência. Digo-lhes durante esse chá sonhado, flutuante na madrugada, que tem me feito muito bem esse vicio da regressão. Eu tentei esse mundo adulto de mais, e só vi dor e sofrimento. Não estou ignorando o mundo real, estou mudando a maneira de vivê-lo. Afinal se gentileza gera gentileza, mudança gera mudança. Então mudando e melhorando, simplificando o eu, simplificamos o mundo. É uma experiência com validade reconhecida.